A Máquina de Costura iniciou a temporada sem ter campo para treinar, fez um 1º turno irregular mas deu a volta por cima e agora disputa vaga na final
Voltemos a janeiro, época de preparação para o Campeonato Pernambucano: Com um time como o Salgueiro na Copa do Nordeste, poucos apontariam como semifinalista do Estadual uma equipe do interior que sequer tinha campo para treinar. Mas alguém ainda ousou apostar no Ypiranga. E se valesse dinheiro, o técnico Edson Miolo estaria rico.
- Apostei no trabalho do Ypiranga. Sabia das dificuldades, mas hoje conseguimos mais do que imaginávamos - contou o comandante.
Elenco do Ypiranga se prepara para disputar vaga na final do PE contra o Sport (Foto: Daniel Gomes)
As dificuldades eram muitas. No dia 2 de janeiro, quando a equipe se reapresentou após a eliminação da Série D de 2012, a visão do Estádio Otávio Limeira Alves era das priores. O gramado, completamente abandonado, cheio de areia e buracos, precisava ser reformado. Com isso, todo o grupo treinou em um campo society da cidade.
- Foi muita dificuldade, cara. Não dava nem para fazer coletivo. Sofremos muito mesmo. Os goleiros não treinavam direito. Como eu posso colocar um goleiro em uma barra society e querer que eles tenham o mesmo desempenho que teriam em um campo oficial, por exemplo?
Foram 15 dias treinando dessa maneira. Voltaram ao ainda defeituoso gramado do Limeirão no dia 17 de janeiro, a três dias da estreia do Campeonato Pernambucano. No primeiro jogo, um empate sem gols diante do Chã Grande. No primeiro turno, uma campanha irregular e uma sétima colocação, com apenas oito pontos somados em oito jogos e um aproveitamento de 33,3%.
Ninguém acreditava na gente no começo e surpreendemos. Podemos fazer de novo."
Edson Miolo
No segundo turno, a reviravolta. Uma campanha totalmente diferente. A quarta colocação foi alcançada com 19 pontos em 11 jogos. Cinco vitórias, quatro empates e duas derrotas e um aproveitamento de 57,6%. Os motivos para o discurso de "brigar para não cair" ter mudado completamente foram vários.
- Muito trabalho. Fizemos uma avaliação tática da equipe e tiramos o que não era conveniente. Pedimos reforços. Chegaram oito jogadores e a diretoria fez seu esforço financeiro. Estudamos nossos adversários de uma maneira diferente, mais tática e com mais atenção. Também agradeço ao grupo, que se uniu em prol disso. Quando vimos que era possível, fomos atrás.
A diretoria calcula que fez um investimento dobrado em relação ao que foi gasto no primeiro turno. Esse foi um fator preponderante para a reação da Máquina de Costura.
- Os valores não são exatos, mas fizemos um esforço grande com ajuda de vários parceiros nossos. Os patrocinadores chegaram com força. O aspecto financeiro foi diferente do que aconteceu na disputa da Série D do ano passado e acho que isso ajudou nossos jogadores. Nos organizamos com o tempo e nos adaptamos ao nosso estádio também - disse o vice-presidente do clube, José Nelson.
Edson Miolo quer dar sequência ao trabalho, na
Prestes a disputar a primeira semifinal desde que o atual modelo do Campeonato Pernambucano foi implantado (em 2011), o Ypiranga vive um grande momento. E o técnico Edson Miolo quer dar continuidade.
- Queremos mais. Ninguém acreditava na gente no começo e surpreendemos. Podemos fazer de novo. Mas acho que tudo isso serviu para aprendermos e nos esforçarmos em prol da organização do clube. Mais uma Série D vem por aí e queremos fazer um papel melhor lá também.
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